Estou velho e agora

Estou velho e agora?

“As pessoas crescidas gostam de números. Quando lhes falam de um amigo novo, nunca perguntam nada de essencial. Nunca perguntam: «Como é a voz dele? A que é que ele gosta mais de brincar? Faz coleção de borboletas?» Em vez disso, perguntam: «Que idade tem? Quantos irmãos tem? Quanto é que ele pesa? Quanto ganha o pai dele?» Só então julgam ficar a saber quem é o vosso amigo.” (“O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry) 

Vivemos na era dos números. Habituamo-nos a pensar que somos os números que carregamos. Sobretudo os números da idade e do salário.

Mas a vida, felizmente, teima em discordar. Não somos matemática. Não somos números e os números não definem a nossa essência.

Naturalmente, como coordenadas, estes números ajudam-nos a ajustar comportamentos. A encontrar o nosso lugar ao longo do percurso da vida. “Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” (1Coríntios 13)

A isto chamamos crescer. Amadurecer. Envelhecer.

Sim, é um facto: nós envelhecemos! E ninguém pode mudar isso! O problema está em não sabermos envelhecer. Não é uma fatalidade. É uma dádiva! É um privilégio! Não é um dia a menos. Se aprendermos a contar os nossos dias, somando-os em vez de os subtrair, então o nosso coração alcançará sabedoria. (Salmos 90) E alegria! E muita gratidão por cada cabelo branco, por cada lição aprendida, por cada provação superada.

Em certas culturas, como a japonesa e a índia, os mais velhos são honrados. O conselho sábio do ancião é desejado. A idade é apreciada. Porque é preciso viver para saber do que a vida é feita. Todavia, o frenesim da cultura ocidental encosta os mais velhos a um canto. Esquecidos. A pandemia veio piorar as coisas. E o que deveria ser um processo natural, recompensador, uma coroa de honra (Provérbios 16), acaba por ser um pesado fardo.

Se é novo, respeite os mais velhos e prepare-se para a sua vez. Estamos todos na corrida!

Se é mais velho, parabéns! Viveu o que mais ninguém alguma vez viverá. A sua vida, uma coleção de dias, entre erros e vitórias, é inédita e irrepetível. Em nenhum outro tempo, e em nenhum outro lugar, alguém viverá uma vida exatamente igual à sua. Você criou uma história única!

Esteja recetivo ao que a vida ainda tem reservado para si. Mantenha-se apto para ensinar. Que  legado quer deixar para os que ficarão depois de si? Que memórias terão de si? Que lições poderá ainda partilhar? A sua corrida não acabou. Agora que está mais velho, de cabelos brancos, agarre-se a Deus mais do que nunca, para que possa falar da Sua força e do Seu poder às futuras gerações. (Salmos 71).

 

 

“Mãe de três”

 

#motivação #idade #envelhecer #legado

Arrumar a vida para 2021

Arrumar a vida para 2021

Um ano novinho em folha à nossa frente! É tão bom recomeçar!

 

Com o tempo, vamos ficando passivos.

Alimentamos a esperança que Deus nos vem socorrer a toda a hora e que nos poupa de toda e qualquer situação. Enroscamo-nos na nossa zona de conforto e aceitamos que cada dia “seja o que Deus quiser”!

Deus é realmente o socorro bem presente na angústia (Salmos 46) e quer o melhor para cada um de nós. Mas Deus não é o nosso empregado. Ele é o nosso Deus!

Fomos criados por Ele para vivermos a vida e não para sermos meros espetadores. Nem para sermos preguiçosos… O mesmo Deus que nos livra também ensina as nossas mãos para a guerra! (Salmos 18:34)

Por isso, é tempo de arregaçar as mangas e lutar!

 

Viver é um trabalho em equipa!

Em equipa com muitas pessoas e, sobretudo, com Deus.

Fazemos a nossa parte e, então, Deus abençoa, acrescenta, aperfeiçoa a obra das nossas mãos. (Deuteronómio 28:12)

 

Claro que com tudo o que se viveu em 2020, antevemos um novo ano difícil.

Mas não desanime! Do Senhor virá certamente a vitória. Porém, devemos preparar-nos para os dias de batalha. (Provérbios 21:31)

Prepare-se para o novo ano!

 

Quando José interpretou o sonho do Faraó, sete anos de prosperidade seguidos de sete anos de fome, ele propôs também um plano de ação. Deus deu-lhe a visão do que iria acontecer, mas deu também a estratégia! “Previna-se agora de um homem entendido e sábio, ajuntem toda a comida destes bons anos, guardem a quinta parte e assim será o vosso mantimento”. (Génesis 41:33)

Avista um ano difícil? Então, seja sábia e previna-se agora!

 

Ore a Deus, leia a Bíblia e comece a planear o seu caminho. Deus irá guiá-la. (Provérbios 16:9)

Arrume a sua vida para 2021!

Arranje uma agenda. Organize cada mês. Faça cada dia valer a pena. Defina prioridades. Alinhe as vontades. Como gastar o tempo? Com quem? Onde gastar o dinheiro? Que metas abraçar? Que lugares visitar? Como posso melhorar?

Podemos traçar metas para todas as áreas da nossa vida.

Depois, no dia-a-dia, será preciso disciplina. Lembre-se dos seus alvos e crie rotinas para que os seus planos não fiquem só no papel (Provérbios 23:23).

E confie em Deus! Pois Ele coroará o novo ano com a Sua bondade! (Salmos 65:11)

 

 

“Mãe de três”

 

#motivação #gestaopessoal #novoano #planeamento

Precisamos de outono

Precisamos do outono

Entrámos em 2020 como quem entra numa prova de resistência. E chegámos ao último quarto do ano!

É verdade que o Verão nos trouxe um arejar de ideias, com sol, momentos felizes, baterias recarregadas. Mas já se avistam no calendário os dias de Outono. Mais curtos, com pouco sol e muita chuva, algum frio e aquela melancolia chata, quase entorpecedora.

Nesta altura do ano, costumo pensar: Por que razão não é sempre Verão? Tudo é tão mais fácil no verão!

Mas a vida faz-se de ciclos, de épocas, de estações. Foi assim que Deus determinou. Ele estabeleceu todos os limites da terra, formou o verão e o inverno. (Salmos 74) Portanto, conformemo-nos: enquanto esta terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.  (Génesis 8:22)

Na verdade, esta sequência de estações só confirma a perfeição de Deus. Para cada tempo de êxtase, há um tempo de repouso. Um equilíbrio que se restabelece. Não há só tempo para rir, dançar, amar, edificar. Também há o tempo de crise. O tempo de chorar, de rasgar, de perder, de parar. (Eclesiastes 3) E, em ambos, crescemos e aprendemos.

Talvez não gostemos muito desta perspetiva da vida. Mas ela é mesmo assim. Uma prova de resistência com várias etapas. Uma jornada. E olhar para a natureza ajuda-nos a entendê-la.

Para cada ciclo que começa, há uma estação que se despede, deixando tudo o que ela ensinou. Uma etapa superada. Uma lição que guardamos. Gostaríamos que o equilíbrio se restabelecesse automaticamente. Mas tenho para mim que “automático” é uma palavra que não faz parte do dicionário de Deus. O lavrador espera com paciência o precioso fruto da terra, até que receba a chuva temporã e serôdia. Devemos também nós ser pacientes e fortalecermos os nossos corações. (Tiago 5:7) Nada é de repente. Precisamos do Outono para colher os frutos , desacelerar, desprendermo-nos do que já não presta e fortalecermo-nos. No quentinho do coração.

Neste último quarto do ano, porque não fazer um restart?
Pare um bocadinho. Fortaleça-se. Ore. Estude. Planeie. Escreva num caderno. Olhe para a frente e proponha-se a uma nova etapa. Os tempos podem ser duros, as notícias desanimadoras, mas a jornada ainda não acabou. E você vai vencer! Em tudo temos sido atribulados. Por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos, nos ajudará sempre. (II Coríntios 7)

“Mãe de três”

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